terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"Ainda falta muito para realizar o sonho que nos trouxe"

Li esta frase do Lula no jornal. Ela me mostra um pouco do que sinto neste fim de ano. Além de questões específicas, de modo geral, tenho a sensação de que também me falta muito para realizar o sonho que me trouxe a este lugar:

De pastora: o sonho é estimular as pessoas a servirem a Deus livremente. Incentivar o maior número de pessoas possível a buscar a Deus, a amar a Deus de coração, a servir a Deus voluntariamente. O sonho é que os cristão não sejam consumidos pelo medo em relação ao Todo-Poderoso, pelos interesses dos menos poderosos, ou pela insignificância de sua capacidade pessoal. É que eles creiam no Amado de nossas almas, que amem ao próximo como a si mesmos e tenham misericórdia de si mesmos.

De jornalista: o sonho é ser jornalista. Produzir notícias, vencer a timidez e encontrar novidades nas pessoas, explicações nos outros, diálogo. E sobretudo de ver as boas novas sendo anunciadas no formato do meu tempo.

De esposa: o sonho é amar o meu marido e buscar o seu bem-estar. É ter a disposição de trabalhar em conjunto pelas questões comuns.

São alguns dos sonhos que me trouxeram até este lugar. Ainda falta muito para realizá-los. Mas, vamos em frente.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Assessoria de imprensa de órgão público: a praga

Desde que participei de um workshop sobre assessoria de imprensa estou mais sensível ao mau serviço que os órgãos públicos prestam nessa área. E hoje, fiquei mais chocada com o que vivenciei.

Um atendente (sim, não era o assessor) me disse que o presidente de seu órgão estava com ministros. Então perguntei quais. Daí, ele me fez aquele pedido indecente: manda um e-mail que nossos jornalistas vão apurar.

Peraí. Você sabe onde o presidente está. Você já deu metade da informação. Me deixar sem a outra metade é um risco. Então, você me pede pra mandar um e-mail.

Tentei explicar que nunca sou respondida por e-mail para órgãos públicos. Então, ele defendeu: "aqui é a Funai. Não é qualquer órgão pública".

Peraí. Tudo bem que eu quis 'abrir o coração' para quem não estava disposto a ouvir, mas não precisa a grosseria. E por ser mesmo a Funai, temo. Nem no Ministério da Justiça eu tenho sucesso com a assessoria. Eu sei que não serei respondida e terei que ligar de novo para saber sobre a andamento da demanda. Mas dá muita raiva.

Boas motivações corrompidas

Motivações. As razões interiores que nos levam a fazer ou a deixar de fazer todas as coisas. Elas estão no coração, aquele lugar sobre o qual Jeremias destacou: "desesperadamente corrupto".

Podre, estragado, infectado. E é por isso que nada que entra nele pode ficar ileso a essa podridão se não estiver protegido pelo sangue de Jesus. Nem a melhor das intenções.

Nossas melhores razões para fazer qualquer coisa que seja estão sujeitas às infecções do nosso coração. Ajudar alguém, ensinar alguém, plantar uma árvore no jardim, que distorções nossas razões para fazer estas coisas podem sofrer?

Ajudar alguém por vanglória, ensinar alguém por obrigação, plantar uma árvore no jardim para esconder o sol do vizinho.

Existem boas razões para fazer todas as coisas? Existem. O problema é quando elas entram no nosso coração. Miseráveis homens que somos? Sim, miseráveis. Porque o bem que queremos fazer, não fazemos, e o mal, que detestamos, esse sim fazemos.

Graças a Deus por Cristo Jesus. Ele poderá nos livrar do corpo sujeito a essa morte. Pela confissão e pelo arrependimento. Pela dependência de Deus e pela graça, gratuita, dada.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Disponha-se, mesmo que um pouquinho

Interessante. Estou fazendo uma matéria sobre voluntariado e percebi uma inclinação nas pessoas que me responderam sobre a ação de voluntários em Blumenau (SC), uma das cidades atingidas por enchentes nos últimos dias, e em Florianópolis, capital catarinense.

Fiz perguntas no linha da falta: se faltava voluntários, qual era o perfil deles, se faltou ajuda na distribuição dos alimentos e materiais que chegam à cidade e não têm mais onde serem armazenados. O tom das respostas é de abundância, em certo sentido.

É um tom de gratidão e de estímulo. Pelo menos cinco mil pessoas se dispuseram a ajudar in loco ou via internet a Blumenau. A coordenadora do centro de voluntariado admite que precisam de mais, mas exalta a disposição dos brasileiros não só em doar mas em trabalhar pelo próximo, em doar tempo, afinal.

"Inicialmente, as pessoas estavam doando alimentos, roupas e utilidades e também trabalhando onde fosse preciso. Numa segunda etapa, as pessoas voltaram à sua vida normal, trabalho, e a disponibilidade de tempo ficou reduzida. Por outro lado, a solidariedade do povo brasileiro fez com que chegasse ao Vale do Itajaí toneladas e toneladas de alimentos, roupas e doações variadas". Ela reconhece a limitação das pessoas sem reclamar e eu achei isso notável.

Tenho dito para os crentes que entram no assunto do serviço que, na igreja, qualquer atividade é absolutamente voluntária. Ninguém pode ser obrigado por ninguém a dar o dízimo, a cantar no louvor, a servir a Ceia ou a dar aulas na escola dominical. Mas o nosso discurso é sempre na linha do falta. Se alguém simplesmente se sente assim, desobrigado de fazer algo, partimos para a reclamação.

Sabe? Isso desestimula quem se voluntariou. Se o foco estivesse na abundância em lugar da falta, daríamos valor a quem se dispôs e teríamos mais apoio. Eu creio que sim. Iríamos rever nossas cobranças, teríamos menos tensão entre os cristãos, daríamos mais espaço à solidariedade e ao amor. Acho que a linha é do "disponha-se, mesmo que um pouquinho". Não a do"disponha-se como eu" ou "disponha-se como eu quero" ou mesmo "disponha-se como eu preciso".