sexta-feira, 26 de junho de 2009

Revolução ou avivamento?

Duas coisas que eu pensava serem semelhantes, hoje me passaram tão diferentes. Eu quero a revolução ou o avivamento?

Desde que me converti, desejei a revolução. Até hoje, isso significou mudar as injustiças pela sustentação e prática de princípios éticos e morais. Em minhas palavras, a revolução é alterar o curso da sociedade para um caminho mais justo, mais agradável. É influenciar as pessoas para que elas percebam um caminho melhor e, como coletividade, decida empreender sua jornada para este destino. Não precisaria ser o mundo todo. Poderia começar, no meu caso, pela Igreja.

Nisto, há semelhança com o avivamento, que também desejo e defendo. O avivamento produz reestruturações pessoais e sociais. No avivamento, as pessoas se dedicam em amar a Deus e ao próximo. Adorar a Deus e servir ao próximo. Estes seriam os pilares dos “princípios éticos e morais” para a transformação da sociedade.

Mas, hoje, me dei conta de que quem busca a revolução não pode buscar o avivamento. A revolução está baseada na força humana e em mudanças na sociedade que se limitam à esfera terrena dela. O foco da revolução é a realidade terrena, passageira e sem novidade que é, como diz o Pregador em Eclesiastes. E o combustível da revolução é a inconformidade com a vida na terra e não no Reino.

O avivamento tem outro foco. Ele significa trazer o Reino de Deus para a terra a partir das estratégias de Deus. Essas estratégias salvam almas e não apenas estruturas institucionais. Repito, não apenas. O avivamento reorganizar as estruturas que representam as coletividades, mas ele tem foco no Reino e seu combustível é o poder sobrenatural, eterno e além deste mundo.

Se eu buscar a revolução, terei de lutar contra estruturas, para reordená-las, para colocá-las naquele caminho melhor. Se eu buscar o avivamento, terei que me sujeitar a Deus e me importar com pessoas e não estruturas. Realizar qualquer obra com foco nas almas e no governo de Deus sobre a terra.

Na revolução, o “reino” é meu. No avivamento, o Reino é Dele. Na revolução, o foco são as estruturas. No avivamento, são os corações. Na revolução, os instrumentos são humanos. No avivamento, espirituais. Veja: na revolução, usamos pessoas para mudar estruturas. No avivamento, as pessoas nas estruturas mudam pessoas.

O que quero agora: preferir o avivamento (de novo e somente).

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Conforto estranho

Não estou revoltada. Talvez um pouco perplexa, mas também não muito. Acho que é efeito de uma sensação de tranquilidade que senti há um ano, mais ou menos. Descrevi neste blog, no dia 16 de julho de 2008.

Paguei 20% de um apartamento que não vou receber. A empresa faliu. A J. Martini me enganou por um ano dizendo que iria devolver o dinheiro. Hoje, conversei com um advogado que acompanha o caso. Ele me disse que o que a J. Martini só tem um caminhão batido e máquinas leves de construção. Nada que permita ressarcir mais de 500 pessoas lesadas.

Há um ano, sentia que isto não era um problema. Deus está no controle. Ainda sinto assim. Fico triste, mas, pelo menos, aprendi logo a comprar apartamentos: olhar procedência da empresa, verificar documentação do imóvel. Coisas óbvias, recomendadas desde sempre.

Por incrível que pareça, e talvez perverso, me conforta saber que não fui a única. É uma verdade bíblica: no mundo, existem pessoas, irmãos, passando pelo mesmo. Outra verdade bíblica: não há nada novo debaixo do sol. O que é já foi e o que será também já foi. Ou seja, alguém ainda cairá neste golpe. Conforto estranho, não?

Mas conforta. Quer dizer também que muitos sobreviveram e sobreviverão diante de uma situação como esta. E viver é o que importa.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Uma vida acumulada

Sinto a minha vida acumular. Projetos, obrigações, prazeres. A começar pelos cuidados "femininos". Desde os fios brancos da cabeça (apesar de meus apenas 27 anos) até as unhas dos pés, está tudo acumulado.

Preciso pintar o cabelo. Os fios brancos estão espantosamente vistosos, de fazer vergonha. As sombrancelhas, então, nem se fala. Verdadeira mata sobre os olhos. Não vale a pena nem se maquear para o culto de domingo. Ainda sobre pêlos, até a depilação está atrasada, toda ela.

Sobre as unhas das mãos, se acumulam cutículas. As beiradas estão quebradas, nada que um esmalte não pudesse resolver. Mas está a ida à manicure foi atrasada. Assim como à pedicure.

Entre os membros superiores e inferiores, acumulam-se gorduras. Meses e meses de ensaio e nenhuma atitude séria para chegar nas férias com a possibilidade de não assustar dentro de umn biquini. Irei usar roupa para entrar na água de clubes, cachoeiras, praia ou a piscina da casa de alguém.

Este é só um reflexo de tudo o que se acumula na minha vida. É ou não é deprimente? Acho que ainda não aprendi a viver.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Cheia da "rabugice"

O pastor Anderson, conhecido por mim como meu marido, fez uma menção na pregação da última quarta-feira ao Rabugento, o cão detetive, com a qual me senti absolutamente identificada. Essa sou eu.

Em vez de falar o que irrita ou impede o avanço, eu resmungo, igualzinho o Rabugento. Até quando oro, em vez de dizer: "Deus, esta situação não me agrada por causa disso, disso e disso", eu digo: "Rrrr.Mmmnimurrrerr". Tipo isso.


Às vezes penso que isso é suficiente para manifestar minha insatisfação e que, a partir dessa manifestação, já seria possível que alguém, inclusive Deus, resolvesse o meu problema. Segundo a ministração do pastor, Deus quer ouvir, letra por letra, onde precisamos da sua intervenção.

Daí, preciso murmurar menos. Preciso reclamar menos especialmente das oportunidades perdidas e das atitudes de pessoas que poderiam me ajudar e não ajudam. Também preciso reclamar menos das minhas limitações e perceber que ainda há esperança para fazer algo relevante ou que realmente me anima. E, então, pedir.

E se eu não souber como pedir, posso oferecer um culto verdadeiro a Deus que é:

"Oferece a Deus sacrifício de ações de graças, e paga ao Altíssimo os teus votos. E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás" (Sl 50: 14,15).

segunda-feira, 15 de junho de 2009

E se eu fracassar

Parece que ouço, no fundo do coração, ainda esta pergunta: What if I stumble? What if I fall? Ontem, preguei sobre isso. A expectativa das pessoas, a seriedade do propósito. E se, diante delas, eu cair. Se eu tropeçar e perder meu passo?

What if I stumble? What if I fall?
What if I lose my step and make fools of us all?
Will the love continue when the walk becomes crawl?
What if I stumble? And what if I fall?

A única coisa que consegue ainda me dar motivos para retomar o caminho é ver a cruz e ver que o amor de Deus por mim está consumado e não pode acabar. O "amor" esteve morto por três dias, mas venceu a morte, ressucitando ao terceiro dia. E prometendo: estarei convosco todos os dias: os de alegria e os de tristeza, de queda.

Então, posso ouvir a voz do Senhor sussurrar meu nome e dizer: meu amor por você nunca vai acabar.

I hear you whispering my name.
You say:My love for you will never change
Never change

Com trechos da música What if I stumble?, de DC Talk.

sábado, 13 de junho de 2009

Algo sobre este tempo

Tenho me convencido cada vez mais de que o livro mais relevante para a juventude, para a geração atual, é o de Eclesiastes. Um dia desses, ouvi esta avaliação de um líder de uma entidade que reúne jovens cristãos universitários e concordo.

Ele dizia que, quando ele era universitário, nos anos 80, a chama pela justiça social e pela democracia tornava os livros dos profetas mais relevante para o seu o tempo. Nos dias atuais, a grande dúvida do jovem é saber como viver nesta terra e o que é felicidade e o livro de Eclesiastes trata sobre isso.

Comecei a ler este livro da Bíblia a partir da avaliação daquele homem. Logo no primeiro capítulo, fui tocada pela seguinte verdade: "O que foi é o que há de ser; o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol". Sendo assim, "tudo é vaidade e correr atrás do vento".

De certa forma, isso é reconfortante. Em princípio, desesperador, uma vez que queremos sempre fazer algo novo, revolucionar. Eu quero. Mas devemos admitir que, na essência, essas revoluções são correr atrás do vento e a glória que elas trazem (e afinal é isso que buscamos: glória) serão esquecidas porque outro alguém tentará revolucionar, fará algo que acha ser novo, mas que, em essência, já foi.

O conforto está em saber que em meio à vaidade das possessões, da sabedoria, do trabalho, está Deus. Não misturada a essas vaidades, mas o pregador mostra a soberania de Deus acima de todas as coisas. É bom que o homem coma, beba e goze de seu trabalho, mas tudo isso vem de Deus e não dele mesmo.

Nossa vaidade é ridícula quando compreendemos que tudo vem de Deus. Se há algum trabalho que valha a pena, alguma sabedoria ou alguma possessão que satisfaça, depende de agradar a Deus. Isto está claro em Eclesiastes.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Sobre o meu aniversário

Este ano, consegui fazer o que sempre quis: por ocasião do meu aniversário, no último dia 7, olhei para trás e fiquei feliz pelos avanços do passado e mais animada diante das dificuldades do futuro. Nos anos passados, tentei me alegrar, mas, em geral, fiquei triste diante dos resultados e desanimada com o porvir.

Na casa da minha mãe desde sexta-feira, tive tempo para pegar aquelas agendas da adolescência e folhear, ler com calma algumas páginas. Um ano, em especial, mereceu uma leitura cuidadosa de todas as anotações: o de 1998.

Tudo bem que na agenda de 1996 eu não consegui decifrar o código que criei para que ninguém acessasse meus dados (imagina: usar apenas a primeira letra das palavras) e, então, comparar os dois anos parece injusto. Eu já sabia que não ia poder resgatar nada depois. Mas, graças a Deus, abandonei a estratégia e, em 1998, registrei tantas coisas boas, engraçadas, importantes pra mim.

Percebi que, no ano da minha conversão a Jesus, Ele não teve pressa. Ele viu minha vida se aproximar dEle e encheu cada dia de animação, de amigos, de novidades. De coisas que, nos meus aniversários passados, pareciam bobagens, menores do que as grandes aventuras que as pessoas contam de suas vidas na adolescência.

Uma coisa importante é que tive amigos. O que mais me animou foi ver como as pessoas encheram minha vida desde aquele ano. A maioria, bem a maioria, ficou naquelas agendas: não tenho notícias, não tenho contatos.

Mas veja: tem a menina que me ajudou a conhecer Jesus, tem os garotos que animavam as reuniões na casa dos amigos, tem os colegas da escola, tem os momentos de oração em que Deus me deu paz, tem até um recado da minha irmã, sim, no meu diário, dando conselhos.

Todas essas coisas me fizeram lembrar de outras que vieram depois. E todas elas, as daquele ano e as de depois pareceram mais comemoráveis do que nos aniversários passados. Então, agradeci a Deus. Agradeci muito. A minha história não está na capa dos jornais nem interessa a muitos, mas, para mim, é a melhor história que já li.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Um dia no Congresso Nacional

Finalmente sentar e parar. Ainda leva um tempo até me acostumar com este ritmo. Não reclamo. Noto que tenho mais histórias para contar, mas vida pra viver (ok. isso foi um exagero).

Fui de manhã para o Congresso e cheguei em tempo de fazer a matéria que importava. Lá fiquei, agendei entrevista com um deputado, almocei e fiquei enrolando até chegar ao Ministério da Fazenda.

Aqui, finalmente sentar e parar. Enrolar no Congresso é um perigo porque lá é grande. Se for esperar no Salão Verde e der vontade de ir ao banheiro, é uma pernada. Se voltar para o Salão Verde e perceber que a bateria do computador pode não suportar sem uma tomada, vai a algum plenário de comissão. Quando resolve ir embora, outra pernada até a chapelaria.

Ainda acho tudo isso bom. Vamos esperar.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mais um avião sumido e provavelmente caído

Acordei cedo como todos os dias. Antes de pisar no escritório, o telefone já tocou com a notícia: mais uma vez, ficaremos atrás de informações sobre passageiros, mortos, desaparecidos, radares, altitude, velocidade, FAB, Ministério da Defesa, Anac, etc. Um avião da Air France, que decolou do Rio de Janeiro, sumiu na madrugada desta segunda-feira quando voava sobre o Oceano Atlântico com destino à Paris.

Quando o avião da Gol caiu em outubro de 2006, foi pior. A equipe de jornalistas da Santafé em Brasília não estava naquela afinação. Eu era absolutamente novata em reportagem. Eu! Nem me lembro como tudo se resolveu no final. O que sei é que um colega saiu bastante chateado de tudo aquilo, passando a trabalhar mais por obrigação do que por prazer (sim, trabalhar com prazer é possível).

Quando o avião da TAM caiu, em julho de 2007, eu estava mais atenta aos fatos. Cobria a CPI da Crise Aérea, já não era tão crua em reportagem, mas foi muito enjoado fazer portaria, falar com especialistas, ficar louca atrás de cada nota das autoridades.

Confesso que não esperava ter que entrar nessa de novo. É, ninguém deve mesmo esperar que um avião com mais de 150 pessoas suma. Puxa! Sou da Economia! Tudo bem! Compreendo a relevância jornalística e espetaculosa do fato. E fico aqui, em plena segunda-feira, atrás das notas, das entrevistas, da notícia.