Eu ainda estava na faculdade quando a TV brasileira começou a copiar os modelos de reality shows estrangeiros. As discussões eram quase sempre na linha dos malefícios dos programas para a sociedade, da diminuição do ser humano e da inutilidade da audiência. Atualmente, existem modelos mais palatáveis, em que um grupo de pessoas é acompanhado na execução de uma tarefa ou na disputa de um prêmio. Este tipo ainda não é muito utilizado no Brasil, mas, pelas versões da TV por assinatura, confesso que tenho sido inspirada.
Os de que mais gosto são: o Top Design, sobre decoração; todos os Next Top Model, sobre moda; e o Stylista, sobre a edição de uma revista de moda. Tenho sido inspirada pela vontade que os participantes têm de vencer e os esforços que empregam para superar seus limites na realização de cada tarefa, no avanço em cada etapa e mais, na retenção de conhecimento para etapas seguintes, fora dos programas (portanto, excluo deste rol inspirativo algo como A Fazenda ou No Limite). Vejo como aquelas pessoas são expostas e criticadas, mas não desanimam porque têm um objetivo e acreditam que as experiências que estão vivendo serviram posteriormente.
Não sei se é totalmente bom fazer esta aplicação à minha vida, mas gostaria de ter, todos os dias, aquele sentimento de que estar em um ambiente de aprendizado, como o destes programas, é um privilégio e uma oportunidade única, que não pode ser desperdiçada e deve valer a pena.
A vida deveria ser vista assim, uma experiência com prazo definido – embora não saibamos qual seja -, com meta clara e prêmio factível, quero dizer, não é a vida por ela mesma, mas com um propósito. Isso talvez me estimule a superar meus limites.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
O outro e o próximo
Lendo uma entrevista sobre a recorrência da corrupção no Brasil, me saltaram à vista dois conceitos: o outro, indicado pela psicóloga entrevistada, e o próximo, pregado por Jesus.
A idéia de que o espaço público é do outro pode estimular o ser humano a se apropriar dele para alcançar interesses privados. Paralelo ao outro, está o conceito de ‘terra de ninguém’ ou de alguém que ignoro, logo, disponível para articulações voltadas para interesses pessoais. E,sendo do outro e não meu, me sinto livre para trabalhar para que, de algum modo, as coisas concernentes a este espaço passem a servir a mim.
Quando o ponto de partida, porém, é o próximo, já estou incluída neste espaço público. Porque o conceito de próximo parte de um ponto de referência intrinsecamente relacionado a mim. Ele é próximo em relação a mim e, desta forma, tenho responsabilidade em lhe fazer bem, porque é próximo, não é outro. O próximo é conhecido e é igual a mim. Sendo próximo, devo trabalhar para que, de alguma forma, ele seja beneficiado porque o benefício dele também será o meu, que estou próximo.
Assim o espaço público volta a ser o que deveria: meu e do próximo e ambos devem trabalhar para beneficio mutuo. É: um mundo ideal.
A idéia de que o espaço público é do outro pode estimular o ser humano a se apropriar dele para alcançar interesses privados. Paralelo ao outro, está o conceito de ‘terra de ninguém’ ou de alguém que ignoro, logo, disponível para articulações voltadas para interesses pessoais. E,sendo do outro e não meu, me sinto livre para trabalhar para que, de algum modo, as coisas concernentes a este espaço passem a servir a mim.
Quando o ponto de partida, porém, é o próximo, já estou incluída neste espaço público. Porque o conceito de próximo parte de um ponto de referência intrinsecamente relacionado a mim. Ele é próximo em relação a mim e, desta forma, tenho responsabilidade em lhe fazer bem, porque é próximo, não é outro. O próximo é conhecido e é igual a mim. Sendo próximo, devo trabalhar para que, de alguma forma, ele seja beneficiado porque o benefício dele também será o meu, que estou próximo.
Assim o espaço público volta a ser o que deveria: meu e do próximo e ambos devem trabalhar para beneficio mutuo. É: um mundo ideal.
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