sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Trilha sonora de uma demissão

Depois de três meses, fui demitida. É. Foi uma grande benção de Deus, mas eu sabia que não iria durar muito. Não pelo trabalho em si, mas pelos mistérios de Deus guardados no meu coração. Neste post, não é isso que interessa. Ou interessa em parte.

A confiança que Deus colocou no meu coração, nos últimos dias, em seus propósitos pra minha vida, me prepararam para este momento. Já chorei “bem”. Não muito, mas nem pouco. Creio muito na importância do luto. É triste mesmo e a gente se sente tão inútil, incapaz, rejeitado. Uma boa reforma trabalhista seria impedir demissões, ainda mais de trinta segundos. “Olha, avaliamos com a chefia e concluímos que você não tem o perfil que a agência precisa. Entraremos em contato para dar encaminhamento ao processo burocrático. Obrigada.”, foi o que ouvi. Também não falei muito. “Tudo bem. Obrigada você.” foi tudo.

Os colegas de profissão que fiz me ajudaram muitíssimo. Me incentivaram, me animaram, me abraçaram. Puxa, quem diria que eu teria “colegas de trabalho” assim. (Falo em número, porque na Santafé eu já tinha colegas de trabalho, muito bons por sinal).

Então, no final do dia, me lembrei dessa música. Quem me lê não poderá compreender a alegria que ela me trouxe. Os que são crentes que não se escandalizem, mas penso que foi um jeito bem humorado de Deus refrigerar a minha alma. Obrigado, Pai.

O Que Tiver Que Vir Virá
Chrystian & Ralf
(Ouça aqui - o trecho que tem a ver comigo é o transcrito abaixo)

[...]
Olha, eu já fiz tudo que podia ser feito (sim, me esforcei ao máximo para aprender conceitos macroeconômicos)
Mas meu amor não tem lugar no seu peito (este meu amor pelo jornalismo não encontrou lugar na Leia)
Também não posso te obrigar a gostar de mim (isto é fato. Negócios são negócios.)
Olha, mesmo te amando, não te quero sofrendo (Mesmo gostando muito do trabalho, reconheço que a chefia tem que pensar no que é melhor para a empresa, não necessariamente em mim)
Entrego os pontos, mas não saio perdendo (A experiência já foi um ganho)
Um grande amor, a gente ganha no fim (Ah! O jornalismo foi posto por Deus em mim, então...)

E do jeito que tiver que ser, será
Só Deus muda as coisas de lugar
(inclusive a mim)
Nem tudo que se perde tem valor
Nem tudo que é bonito é amor
O que passou, passou, não voltará
E o que tiver que vir, virá, virá
Com toda força que tem a paixão

E vai tomar seu coração