terça-feira, 26 de outubro de 2010

Balanço do mês

Outubro de 2010 foi um mês interessante. Uma experiência no Jornal de Brasília. Um mês só, mas muito interessante. É. Neste ano, minhas experiências têm sido rápidas e interessantes.

Há um padrão entre elas. Todas estão relacionadas com o profissional. Todas estão relacionadas com o que eu sempre quis ser. E todas terminaram porque eu não quis mais ser.

Não que eu não queira mais essa profissão. Mas, puxa, que crise. Desde que comecei a trabalhar, tudo foi tão linear. Foi sofrido, foi difícil, mas, até este ano, era linear. Mesmos chefes por, pelo menos, dois anos, mesmas tarefas.

Veja o que sinto agora: uma imensa vontade de voltar atrás de continuar no Jornal de Brasília, mas cheia de motivos interiores para sair. E de vontade de sair. De ficar porque é um desafio, e o ser humano gosta de desafio. E de sair, porque há um desafio maior aqui fora. Essa é que é a verdade. Aqui fora, tenho um desafio bem maior.

Que só eu sei, como também só eu poderia saber os desafios que tinha no Jornal de Brasília.

domingo, 3 de outubro de 2010

Eleições 2010 - Frustrante

Acordei mais cedo do que eu devia para ir votar. Imaginei que às 8h30 a seção estaria vazia e eu poderia já votar e ir pro trabalho. Sim, fui escalada para cobrir eleições e deveria estar às 9h no jornal. A fila na seção estava grande. Não ia dar tempo de votar e chegar no jornal às 9h. Decidi votar depois.

Às 14h30, estava de volta ao colégio. Não tinha ninguém na fila. Juro que olhei os números antes, mas, na hora de colocar o segundo senador, deu branco. Sim, a cola tinha que estar do lado, mas eu achei que tinha decorado.

O mesário me garantiu que eu poderia conferir o número na lista e depois votar de novo. Mas enquanto isso, ele deve ter feito alguma coisa errada e cancelou meu voto. Sim, cancelou. Não votei para o Toninho do PSol ser meu governador nem para a Marina ser minha presidente.

Ódio. Sinto ira. E frustração. Vontade de ter quebrado a urna na cabeça do mesário e de fazer boca de urna para "recuperar" o meu voto. Mas não adianta nada disso. O pior que não adianta nada.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A entranha satisfação de uma enquete

A pauta era o impacto do pagamento da primeira parcela do 13 salário na economia. A antecipação deve ser feita até o dia 30 de novembro e pode ser usada para pagar dívidas ou fazer novos compromissos. Antes do meio dia, já tinha a entrevista com um especialista. Só faltava falar com duas ou três financeiras, marcar a foto e montar a info. Pensei: ufa, não vai ter Enquete/Povo Fala. Mas, então, a pauta caiu. Ao meio-dia. Surgiu algo mais quente. E tinha Povo Fala.

É. Tinha. Na verdade, só tinha Povo Fala. Eu só precisava ir para a frente do Conjunto Nacional, encontrar pessoas que usam cartão de crédito e saber o que elas acham da possibilidade de o governo ampliar a obrigatoriedade de pagamento mínimo de 10% da fatura do cartão para 20%. Dessa vez, eu precisava de seis opiniões gerais e de uma ou duas que, além da opinião geral, topassem fazer uma foto segurando o cartão.

Quando eu soube, não tive vontade de chorar (como eu teria em outros tempos!), mas, puxa, eu detesto Povo Fala. Interceptar desconhecidos no meio da rua, convencê-las a falar comigo e tirar a bendita foto. Lembrei da dica da Ana Maria Braga (nesse mês de férias forçadas tive tempo e paciência até pra isso): vá um pouquinho além do seu limite, só um pouquinho.

Fui lá. Tomei uns dez foras. A maioria de mulheres que não queriam tirar foto. Outros não usavam cartão, ou disseram que não usam. Consegui pegar seis pessoas para a enquete, mas ainda faltava a personagem, a foto maior.

O fotógrafo deu a ideia de fazer uma foto em uma loja da máquina de cartões, simulando um pagamento com cartão. Fomos lá. Pelo menos, eu já teria uma ilustração e não precisava mais ficar "implorando" o cidadão brasiliense a cooperar. Ele mesmo tomou a frente, conversou com o gerente, conseguiu a liberação. Mas, sabe, bateu aquela dor na consciência. A tarefa era levar uma foto de personagem. Ana Maria falou de novo: só um pouquinho além.

Fui lá de novo. Mais dois foras até que uma aposentada muito gente boa colaborou. Puxa, valeu. Na volta, senti aquela satisfação estranha, porque é incômoda. Incomoda nem sei porque. Quero lembrar da satisfação. Virão outras enquetes e é isso que me motiva: essa estranha satisfação de ter ido um pouquinho além.